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Interview - Transcript Daniel Pirata por Sílvia Pinto Coelho
[20 Janeiro, 2024]
Sou Daniel tenho 23 anos sou de Almada ainda sou aluno aqui na Escola superior dança
No ultimo ano da licenciatura em dança
A minha relação com a dança começou quando comecei a estudar circo no chapitô
e através da minha formação fui me apaixonando pela dança
também um bocadinho por esta forma sensorial
para mim a dança é tipo que Eu Não encontrava em mais lado nenhum
é isso encontro-me agora na Escola Superio de Dança.
Silvia
Portanto a a tua linha de trabalho tem a ver com o circo mas tiveste professores de dança de várias de proveniências podes mais ou menos nomear os estilos ou os nomes dos professores mesmo?
Daniel
na minha primeira professora de dança foi a Rosario ????
onde trabalhei essencialmente técnica de dança clássica
mas sempre diferente porque era um aluno era aulas de dança clássica para alunos de circo
são objetivos totalmente diferentes para para a formação em dança
depois a professora com quem eu tive mais tempo e talvez tenha sido a responsável
por hoje me encontrar aqui foi a Cláudia nóvoa ex bailarina do ballet gulbenkian
muito importante para mim onde trabalhei técnica de dança clássica contemporânea
muita dança contemporânea
muitas abordagens de composição criação
foi provavelmente a figura mais importante na minha formação
e depois tive outros professores quando continuei a formar-me em círco
só de dança clássica e também de dança contemporânea mas não …
acho que não criei uma relação ou não que não tiveram uma importância tão grande para mim
para Hoje estar aqui
Silvia
e a tua relação com a dança é uma via profissional?
Queres leccionar? fazer coreografia? Fazer vídeos?
qual é assim a tua …
Daniel
primeiramente gostaria muito de ter alguma temporada como interprete
TA mas acho que sempre intercalando como criador coreógrafo
mais tarde trabalhar inteiramente como coreógrafo
mas acho que penso muitas vezes também No ensino embora não seja não seja o mais apelativo para mim entre a interpretação e a craição
Silvia
e nesta experiência tiveste experiência também de dançar com outros coreógrafos além da Cláudia Nóvoa
com quem foste mais aluno ou tiveste mesmo a trabalhar com ela?
Daniel
Fui aluno
Silvia
e dançaste com outros coreógrafos?
sim com outros coreógrafos acho que sempre
acho que a disciplina era sempre os coreógrafos que não tem as peças com quem eu trabalhei nunca poderia olhar para eles só como coreógrafo porque os espectáculos de circo contemporâneo são sempre multidisciplinares
então a abordar a própria abordagem dos coreógrafos às vezes a presença deles é mais de supervisão de movimento
descobrirem possibilidades também NOS nossos corpos
e acho que é sempre por aí
acho que até vir para a escola superior de dança nunca tinha trabalhado com um coreógrafo na sua totalidade
ou seja o que eu quero dizer é que nunca tinha feito um espetáculo de dança na sua totalidade
mas trabalhei também com a Cláudia novoa
também neste contexto. Com a Rita Spider e outras figuras que foram aparecendo mais de apoio aos encenadores de alguns trabalhos que fiz e doutros projectos
Silvia
e tens experiência de improvisação de contato improvisação de composição em tempo real ou normalmente trabalhas com música como é que
[4:58]
Daniel
sim sim tenho experiência porque felizmente na escola superior de dança dão-me essa oportunidade e é um trabalho forte aqui realizado
e acho que isso também me oferece alguma experiência
e depois porque também a escola NOS oferece projetos que se encontram
projetos curriculares que oferecem ainda mais a oportunidade de trabalharmos composição em tempo real improvisação contato improvisação
Isto tem
também já tive sorte de outros professores com quem eu trabalhava exatamente essas técnicas de me convidarem para projetos externos onde
se fosse hum… fossem essas as disciplinas trabalhadas
[5:49]
Sivlia
OK como é que foi a tua primeira experiência ha quanto tempo é que experimentaste a realidade virtual pela primeira vez ?
Daniel
a primeira vez que experimentei foi neste projeto
não tinha experimentado nem um contexto de jogo nunca tinha experimentado. Foi aqui.
Silvia
tive E como é que vieste cá parar?
[06:09]
Daniel
vim cá parar em convite da cecilia Lima que foi minha professora na escola superior de dança no meu primeiro ano é
e convidou-me para integrar o projeto como bailarino estagiário
Silvia
e a primeira vez que vieste foi a primeira vez que conheceste os outros 2 bailarinos
Daniel
Sim,foi a primeira vez que conheci a Ester e o Daniel, sim.
Silvia
e foram logo aprender as sequências e trabalhar com o fato? como é que foi essa progressão?
Daniel
até é engraçado porque vai um bocadinho de encontro que conversamos anteriormente
O projeto começou com um processo de criação dos duetos e também um trio que não foi depois virtualizado
E que esse processo de criação era sempre com base na improvisação sempre com base em improvisão
Era guiado pela Cecília
que ao mesmo tempo que nós também conhecíamos os nossos corpos
porque nunca tínhamos trabalhado juntos
pelo menos eu nunca tinha trabalhado com a Ester e com o Miguel
para além de oferecer este reconhecimento dos corpos também já estávamos no processo criativo na sua totalidade
foi assim que começou o projeto foi com o processo criativo
com a criação dos duetos para o projecto
Silvia
e quando finalmente vestiram os fatos para gravar os movimentos como é que foi ? houve algum tipo de estranheza táctil ou sensorial? vocês trabalharam sempre sem música não foi?
[7:51]
Daniel
Não. trabalhamos grande parte das vezes com música
mas mas a dança não era dependente da música nem a música dependente dança
não existia uma relação direta
é quase uma ambiência por NOS encontramos imersivos no processo criativo
então não havia qualquer tipo de relação com a música embora ela estivesse presente
com os fatos houve pequenas diferenças principalmente NOS portos?? lifts livres
porque nós tínhamos os sensores que era quase um acréscimo ao nosso corpo
então alguma forma a não dificultava mas trazia outras coisas
[8:34]
Silvia
por exemplo se deslizassem o corpo um no outro os outros sensores podiam
Daniel
Sim, os sensores ou seja, se deslizassem no meu braço que a partida seria uma base, uma superfície direita, tendo um sensor o deslizar já não ia ser na sua totalidade
existia um sensor uma caixinha que já trazia alguma diferença
eu tenho uma ideia aliás tenho quase a certeza que no meu dueto com a Ester
houve alguma pequena adaptação em alguns movimentos meus devido também aos sensores
que ia pelo chão e não
o sensor não me permitia realizar o movimento
mas grande parte das vezes por precaução de não partir
[9:25]
Silvia
OK e quando finalmente vieram para se confrontarem com a realidade virtual
quando experimentaram os capacetes
como é que foi? descreve essa experiência. vieram para aqui… quem é que experimentou primeiro o capacete? como é que se desenrolou a experiencia ? Esse acontecimento
Daniel
no início das primeiras vezes que experimentamos eu lembro eu que experimentei mesmo na totalidade porque eu nunca tinha tido a experiência de ter uns óculos de realidade virtual
e lembro-me que no início existiu uma adaptação de tudo
uma adaptação do espaço onde nos encontrávamos
como muitas medidas para não para não irmos contra as paredes
nós não víamos nada
também da dimensão do Avatar para que fosse de uma dimensão real
a que nós estivéssemos habituados
e lembro-me também de experienciar outra realidade quase de jogo
que era para eu também perceber o que é que o que é que aquilo era
que por onde eu olhasse existia sempre algo
existia sempre a realidade virtual
e essas primeiras vezes para mim foram estranhas
foi foi estranho
acho que tive mesmo que me adaptar ser igual a sério à realidade virtual
[10:53]
Sivlia
e como é que descreves essa estranheza? é estranho em que?
Daniel
é estranho por … apenas me sentir de não me ver
e acho que essa é a descrição que eu acho que é mais fácil para mim
porque eu lembro-me de ter mesmo dificuldade em realizar o meu movimento por estar inserido na realidade virtual
era sempre estranho
parecia que fazia tudo mais pequeno
tudo mais tenso
tinha medo de ir ao chão
tinha medo de fazer movimentos amplos com bastante amplitude
era isso
era um momento que tinha medo
era muito estranho
[11:37]
Silvai
mas tu não usas óculos?
Daniel
Não, não
Silvia
E ouves bem?
Daniel
Sim.
Então, dentro dessa estranheza, da ideia de da contração do movimento descreve depois como é que isso foi evoluindo para poderes concretizar novamente um movimento que tivesse a ver com o que fazias anteriormente com os os duetos
Daniel
eu acho que é mesmo uma questão de
aí já é mesmo a realidade realidade, do ser humano, acho eu.
acho que é esta questão de sair da zona de conforto
porque eu ali não estava confortável
então foi foi mesmo treino foi mesmo ensaio de fazer várias vezes com os óculos até eu me sentir confortável naquele espaço
porque isso era o meu maior problema
era …mim não me sentia confortável
aliás e acho que todas as vezes que ia ensaiando tinha sempre a oportunidade de cada vez mais perceber que estava tudo OK me sentia mais confortável dentro daquele espaço
eu também tive sorte de que praticamente todos os ensaios eu eu acabava sempre com os óculos a fazer o meu dueto
e depois como houve toda uma questão no projeto em que um vídeo
em que era o meu corpo real com o Avatar num dueto
e tive que fazer essas gravações mais do que uma vez
tive mais hipóteses de ensaio com os óculos
e acho que isso foi moldando a minha o meu conforto
em relação aos óculos.
acho que foi mesmo só eu atingir conseguir fazer o suposto devido a ensaios só
Silvia
e depois chegavas a casa cansado com dores musculares descobriste músculos novos ?
Daniel
não descobri músculos novos mas cansa me mais dançar com os óculos de realidade virtual do que sem os óculos de realidade virtual.
[13:36]
Silvia
e não é um cansaço só do olhar
é físico o resto do corpo
Daniel
é físico porque esta questão de nós não vermos as nossas mãos os nossos pés o nosso
não vemos faz com que eu tenha que estar muito mais consciente do meu corpo do que sem os óculos
e é completamente diferente mesmo se eu dançar de olhos fechados, é completamente diferente porque é mesmo uma realidade diferente
mesmo de olhos fechados eu sei o que é que está à minha volta
é sempre diferente
e esta consciência que eu tinha que ter do meu corpo fazia com que ISTO é quase eu tinha que me sentir
eu tinha que sentir o meu corpo ali presente porque Eu Não o via
então eu acho que isso fazia com que eu estivesse sempre mais tenso
e fazia sempre com que agente estivesse mais tempo tenso
exatamente para sentir o meu corpo
para eu conseguir me sentir aliviado
[14:39]
Silvia
por exemplo, quando tu danças de olhos fechados também o movimento é mais pequeno e mais lento. consegues fazer uma diferença ou continuar a explicar a diferença entre olhos fechados e olhos com uma Câmera, com um vídeo à frente?
Daniel
eu acho que principalmente
ou melhor primeiramente eu acho que esta questão dos olhos fechados ser mais confortável do que a realidade virtual tem a ver com o facto de nós bailarinos estarmos habituados a este tipo de exercícios de olhos fechados
para ser algo muito mais sensorial
e que nos é requisitada imensas vezes e existe quase um treino em relação a isso
acho que isso acho que isso é logo a primeira a primeira questão a ser levantada
depois acho que os óculos de realidade virtual fazem com que novamente nós não nos consigamos ver
então eu isso mexe muito com a questão do equilíbrio
a principalmente com a questão do equilíbrio
ou perceber até onde é que eu consigo ir com a minha extensão Máxima
Se Eu não estou a ver o meu pé
isso são coisas que nós naturalmente a dançar pelo menos Eu Não penso
Eu Não penso
são uma são coisas intuitivas
eu queria ir a minha extensão Máxima da perna até mesmo a ponta do meu dedo do pé e o meu existe alguma relação do meu Olhar com essa extensão, que faz com que seja com que seja possível, mas isso não é consciente não é totalmente consciente é uma coisa super intuitiva que acontece eu a dançar normal mas fazer isso com os óculos é que é possível levantar a questão que que estas coisas intuitivas são benéficas à nossa dança existem
de outra forma não não iria existir esse raciocínio
não não se ia pensar sobre isso.
[16:43]
Silvia
e outra coisa tu dizes que ficas, ficavas, não sei se ficas ainda, mas pelo menos ficavas um pouco mais tenso. será alguma coisa relacionada Sei Lá com a respiração, ou a possibilidade de improvisares ou não…. consegues fazer alguma relação aí?
Daniel
eu acho que esta tensão do meu corpo que vem disto que eu referi
de ter que o sentir
mas ao mesmo tempo acho que vem de algum medo e algum receio deste ambiente desconhecido que é a realidade virtual.
Acho que existe sempre um medo quando eu entro para a realidade virtual. Acho que isso também me deixa mais tenso, mais contraído, mais desconfiado, acho que é assim que isso se reflete no meu corpo. Acho que é um bocadinho por ai, também.
[17:41]
Silvia
E a presença do do Headset consegues abstrair-te dela ou ela está lá e afecta
Daniel
Consigo. eu sei no início eu tinha muita dificuldade em dançar com o Headset
mas com este ensaio de atingir o meu conforto eu comecei a ficar tão intrínseco Na Na realidade virtual que já não havia espaço para pensar sobre isso
então eu acho que não era não é uma coisa completamente
não é uma coisa que eu penso assim tanto
acho que naturalmente vai me vai sempre fazer com que o meu movimento seja diferente
mas eu acho que o
já tudo ISTO que eu referi que já dificulta o movimento
ou modifica o meu movimento é muito maior do que a presença do Headset em termos dificultar o movimento
ou seja tudo tudo o que eu sinto na realidade virtual dificulta muito mais o meu
modifica muito mais um movimento do que a presença do headset na minha cabeça
Sílvia
portanto estes pequenos movimentos de cabeça que se fazem pela audição ou pelo olhar
achas que eles podem estar presentes na mesma
desde que estejam
[19:00]
Daniel
acho que sim mas acho que só são possíveis estarem presentes devido a este treino da realidade virtual
acho que ir para ir de uma vez acho que é possível também acontecer
mas não pode ser por exemplo com a duração dos duetos
por exemplo é um minuto e meio
naquele minuto damos os óculos alguém alguém vai
acho que nesse minuto e meio não é
dificilmente encontramos todo este todo este movimento do pescoço da cabeça acho que é difícil
mas com este ensaio este treino conseguimos perfeitamente atingir
ou seja se alguém for só com 1 minuto e meio experimentar acho que não vai atingir esse objetivo mas se não for um minuto e meio mas forem 5, 6,10 20 aí sim já vão encontrar outras coisas
[19:50]
Silvia
tu tiveste oportunidade de fazer improvisação com os avatares
Daniel
sim eu fui o único que mesmo NO espectáculo usei os óculos apenas para fazer uma improvisação com o objetivo de oferecer ao Público perspectivas de Visão sobre o Avatar
Silvia
e qual é a diferença entre estás a cumprir um movimento e acompanhares o movimento do Avatar ou simplesmente improvisares
Daniel
e se isso é verdade é uma questão Super interessante porque eu estava a improvisar mas eu tinha uns eu tinha um objetivo para cumprir com aquela improvisação
que era oferecer estas perspectivas ao Público
ou seja para o Público perceber o que é que como é que era visto o Avatar na realidade virtual
então isso fazia com que o Público já via o que é que nós víamos
mas na realização dos duetos
ou seja se Se Eu fosse aí estaria muito mais confortável
só que aqui não estava tão confortável porque para além de já estar na realidade virtual
eu tinha que improvisar
mas também tinha que não podia ser movimentos não podia estar sempre em movimento
tinha que parar tinha que oferecer um foco total àquele Avatar
para que o Público conseguisse ver aquilo
então é sempre diferente por isso
não não é não foi só uma improvisação em que eu podia movimentar me sempre que eu quisesse
não aquela improvisação tinha o objetivo de oferecer planos de Visão ao Público
Silvia
OK interessante. e então chegaste de ter oportunidade de te enfiares dentro do teu próprio Avatar e tentar fazer o que ele está a fazer ao mesmo tempo
Daniel
não não isso não tive oportunidade
tive a oportunidade de me enfiar no outro Avatar não Era Eu
E mexer dentro dele
é mas enfiar-me mesmo para tentar recriar o que ele estava a fazer não
porque para além de Eu Não conhecer o movimento
eu estar dentro do Avatar também fazia com que eu me não o visse
ou seja não vi não e não vi o Avatar para recriar os movimentos
Silvia
e achas que essa experiência tem algum tipo de futuro?
Sei Lá ensinar outras pessoas o movimento de alguém achas que é uma possibilidade usando este tipo de avatares bailarinos?
Daniel
eu acho que é possível
acho que é possível a utilização de a avatars
com realidade virtual não tenho a certeza se seja possível
embora seja Super interessante porque eu sinto que a utilização da realidade virtual com estes avatares
NOS 3 nós ficamos mesmo
eu pelo menos sinto-me preso ali dentro muito focado naquilo
então acho isso interessante porque acho que isso trazer ia trazer um foco muito maior ao bailarino que teria que aprender com o Avatar
isso é muito interessante pensar nisso
porque eu sinto-me tão intrínseco ali dentro aquilo e fico estou mesmo estou mesmo presente naquela realidade virtual
e pensar em aprender uma coreografia assim até seria interessante
porque ISTO eu sentir-me dentro daquela realidade faz com que eu me desligue tudo que esteja à minha volta
Silvia
portanto achas que como treino de atenção podia ser interessante?
Daniel
porque eu pelo menos a sensação que tenho é que não penso no que à minha volta
não tenho tempo para pensar quem é que me está a observar se estou a ser observado
o que é que
Eu Não tenho não não existe espaço para para pensar sobre isso
Silvia
OK interessante. E achas que podes levar este tipo de experiência para alguma outra atividade que que faças ou que gostasses de fazer seja criativa de ensino ou de treino outro que Eu Não me esteja a lembrar?
Daniel
sim acho que sim até mesmo olhando para todo o projeto em si
desde o processo criativo até ao ensaio com óculos etc
acredito que sim
acho que existe efetivamente um treino de atenção e foco grande
que é natural essa é logo a primeira
e também existe de alguma forma uma
ou seja acho que eu passei eu comecei a perceber e a pensar as relações e comunicação entre duetos de uma forma diferente
o que é que o foco no olhar me traz
o que é que o foco no peso me traz
o que é que ou seja os diferentes focos naquele Avatar da minha parte
o que é que me trazem para o movimento
e eu acho que isso independentemente disso ter sido realizado com realidade virtual é super útil e possível de se realizar com humanos
Silvia
portanto o isolamento de focos
foco no peso, foco na sensação, o foco …
Daniel
porque isso isso naturalmente traz inúmeras possibilidades
coisas completamente diferentes, seja na qualidade de movimento, seja….
é principalmente na qualidade do movimento
mas seja na qualidade de movimento a
ou seja a forma como é que eu realizo
porque … ISTO é uma repetição não é
repetimos o dueto mas introduzindo diferentes focos diferentes atenções
já já traz inúmeras possibilidades que de outra forma não seriam pensadas
Silvia
OK tens alguma pergunta alguma coisa que queiras dizer ainda ?
Daniel…
acho que a única coisa que eu poderei acrescentar que acho que também é interessante para a pesquisa e eu referi no meu dueto com a Ester eu realizei muitas vezes com os óculos e isso foi num período de tempo do projeto em que eu e a Ester não NOS encontramos tantas vezes
e da mesma forma que foi um desafio a dançar com a realidade virtual
foi um desafio tão grande ou igual ao o maior voltar a fazer o dueto com outra pessoa de carne
e osso
porque lá está nós entretanto o meu conforto naquele dueto era a realidade virtual
já não era o dueto na sua na sua realidade natural com outra pessoa
então foi super engraçado ver que o que para mim era tão estranho ao início e tão diferente passado 34 semanas já era já era completamente confortável e maravilhoso agora cheguei a um corpo real e é totalmente diferente e tenho que estar a adaptar as coisas
acho que olhar para isso desta forma também é Super interessante
Silvia
e relacionas isso com níveis de confiança ou não tem nada a ver com isso
Daniel
acho que não tem nada a ver com isso tem acho que tem a ver com com o conforto
eu acho que foi moldar o conforto a perceber agora tenho ISTO tem que me deixar confortável aqui
e como ISTO nunca foi intercalado com um dueto real eu criei só um conforto ali e quando vou para o para o dueto real aquilo é que já é agora o meu desconfortável
aquilo já era o meu desconfortável naquele momento
então quando eu voltei a fazer correu super mal
eu esqueci-me de coisas que automaticamente tinha adaptado
depois já fazia os movimentos às vezes até mais amplos
e de forma completamente diferente porque eu tinha que ver o Avatar
porque O Tempo, A Ester dava-me..
A Ester nesse dueto dava os tempos para eu me movimentar então eu tinha que ver
coisas tão simples Como Eu estar virado para a frente com o foco no sítio
com o Avatar já tinha que estar com foco para trás e isso já me trazia outras coisas
e depois no dueto real isso já não podia acontecer
Silvia
OK portanto é de uma ordem diferente do que simplesmente estares habituado a dançar uma dança com uma música e depois a música desaparece e dançar sem a música não é uma sensação tão física mais
Daniel
sim é isso ok exatamente
Silvia
também pode causar estranheza não é sim pode causar estranheza mais… “não tinha música agora tenho, ai tinha música e agora o que que eu faço?”
está bem acho que que que é interessante isso que estás a dizer e mais alguma coisa obrigada muito obrigada são horas
desculpa acho que ultrapassei um bocadinho